Árvore da morfologia da "Moraceae Ficus Aurea"
(estrutura de ferro coberta com diferentes cordas)
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(barco de madeira, ferro, fitas de tafetá)
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Bonfim, 2004 (detalhe)
«Quanta rariora tanta meliora» Narval, 2006, escultura
(fio de algodão, peruca, pérolas várias)
«I have a dream» 2002, instalação
(ferro, tecido, balões, cordas, botijas de gás, cobertor)
«Cavalos» 2006, escultura
(tecido, feltro, espuma, fio de algodão, lã)
«Please don't go» 1999, instalação
(carpete, 3500 gomas de morando)
«Can I wash you?» 1999, escultura
(90 barras de sabão)
«No entanto ela move-se» Mazagão, 2007, escultura
(sal, ferro, esferovite)
Barco Negro, 2004, instalação
(barco de madeira, ferro, objectos plásticos, cera, fitas de cetim,
cordas, borrachas, moedas, rede, pneu, roupa, sapatos)
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«Medusa» 2004, instalação
(fibras de vidro, câmaras de ar, cobras de borracha, cordas, roupas)
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«Heróis do Mar» 2004, escultura
(ferro, areia)
«Fortune» 2006, escultura, mixed media
«Placa e Insígnia» 2005, escultura
(arame, cartolina, papéis coloridos invólucros de confeitos)
«Quanta rariora tanta meliora» Bezoar, 2006, escultura
(ferro, peruca, tampinhas de garrafas de cerveja "Sagres")
«Quanta rariora tanta meliora» Narval, 2006, escultura
(fio de algodão, peruca, pérolas várias)
«I have a dream» 2002, instalação
(ferro, tecido, balões, cordas, botijas de gás, cobertor)
«Cavalos» 2006, escultura
(tecido, feltro, espuma, fio de algodão, lã)
«Please don't go» 1999, instalação
(carpete, 3500 gomas de morando)
«Can I wash you?» 1999, escultura
(90 barras de sabão)
«No entanto ela move-se» Mazagão, 2007, escultura
(sal, ferro, esferovite)
Barco Negro, 2004, instalação
(barco de madeira, ferro, objectos plásticos, cera, fitas de cetim,
cordas, borrachas, moedas, rede, pneu, roupa, sapatos)
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«Medusa» 2004, instalação
(fibras de vidro, câmaras de ar, cobras de borracha, cordas, roupas)
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«Heróis do Mar» 2004, escultura
(ferro, areia)
«Fortune» 2006, escultura, mixed media
«Placa e Insígnia» 2005, escultura
(arame, cartolina, papéis coloridos invólucros de confeitos)
«Quanta rariora tanta meliora» Bezoar, 2006, escultura
(ferro, peruca, tampinhas de garrafas de cerveja "Sagres")
(espuma de poliuretano, cola, plástico, couro, peruca,
espanador, pingentes, alfinetes, ponta de guarda-chuva)
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(ferro, espuma, meia-calça feminina, tecido, pérolas)
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(esferovite, ferro, tecidos, franjas de xaile, cola, cascas de caracóis)
(meia-calça feminina, tecido, ferro, arame, esferovite)
(prato de madeira, maços de cigarro "Português Suave"
(jangada de madeira, cravos de plástico, tampinhas
e garrafas de cerveja "Sagres")
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«Foi bonita a festa, pá» 2006 (detalhe)
«O Nazareno» 2007, c-print
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João Pedro Vale nasceu no ano de 1976 em Lisboa, e é um dos artistas plásticos mais conceituados, no âmbito das novas tendências artísticas da arte contemporânea portuguesa. É licenciado em escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Tem apresentado diversas exposições individuais e participado em exposições colectivas, tanto em Portugal como no estrangeiro. As suas peças fazem parte do espólio das mais prestigiadas colecções nacionais de arte contemporânea.
João Pedro Vale nasceu no ano de 1976 em Lisboa, e é um dos artistas plásticos mais conceituados, no âmbito das novas tendências artísticas da arte contemporânea portuguesa. É licenciado em escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Tem apresentado diversas exposições individuais e participado em exposições colectivas, tanto em Portugal como no estrangeiro. As suas peças fazem parte do espólio das mais prestigiadas colecções nacionais de arte contemporânea.
Neste momento, as suas obras estão representadas na exposição «Portugal Agora» no museu de arte moderna MUDAM no Luxemburgo.
A obra de João Pedro Vale é um constante “questionar da forma, do significado e das referências de um universo conhecido historicamente, mas subvertido pelo hábil e transgressivo uso da imaginação e dos materiais aplicados.” Insere-se igualmente no movimento artístico designado de «neo-barroco» que vai buscar as suas raízes ao movimento barroco iniciado em Roma durante o século 17, expondo o contraste social através da unificação de corpo e alma, como o erudito e o popular.
Numa das suas últimas exposições, em S.Paulo no Brasil, João Pedro Vale apresentou uma instalação intitulada “Foi bonita a festa, pá”, expressão retirada da primeira estrofe da letra da canção de Chico Buarque, “Tanto Mar”. Esta canção exprime os sentimentos gerados pela “Revolução dos Cravos” em Portugal, que deu lugar à transição pacífica do regime ditatorial para a democracia. Esta obra de João Pedro Vale mostra uma jangada (um barco usado pelos pescadores do nordeste brasileiro) construída naquela região expressamente para a exposição, coberta de tampas e de garrafas de cerveja da marca “Sagres”, nome associado à ideia da existência de um centro de arte náutica em Sagres, a Escola de Sagres, pressupostamente fundada pelo infante D. Henrique, que teria formado os grandes descobridores portugueses. “É como se o barco e as suas memórias tivessem sido esquecidas no fundo do oceano, cobertos das tampas das garrafas”, explica o artista.
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Crítica:
A obra de João Pedro Vale é um constante “questionar da forma, do significado e das referências de um universo conhecido historicamente, mas subvertido pelo hábil e transgressivo uso da imaginação e dos materiais aplicados.” Insere-se igualmente no movimento artístico designado de «neo-barroco» que vai buscar as suas raízes ao movimento barroco iniciado em Roma durante o século 17, expondo o contraste social através da unificação de corpo e alma, como o erudito e o popular.
Numa das suas últimas exposições, em S.Paulo no Brasil, João Pedro Vale apresentou uma instalação intitulada “Foi bonita a festa, pá”, expressão retirada da primeira estrofe da letra da canção de Chico Buarque, “Tanto Mar”. Esta canção exprime os sentimentos gerados pela “Revolução dos Cravos” em Portugal, que deu lugar à transição pacífica do regime ditatorial para a democracia. Esta obra de João Pedro Vale mostra uma jangada (um barco usado pelos pescadores do nordeste brasileiro) construída naquela região expressamente para a exposição, coberta de tampas e de garrafas de cerveja da marca “Sagres”, nome associado à ideia da existência de um centro de arte náutica em Sagres, a Escola de Sagres, pressupostamente fundada pelo infante D. Henrique, que teria formado os grandes descobridores portugueses. “É como se o barco e as suas memórias tivessem sido esquecidas no fundo do oceano, cobertos das tampas das garrafas”, explica o artista.
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Crítica:
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No percurso de João Pedro Vale, algumas obras são exemplares da sua capacidade de articular e conjugar referências a práticas humanas e iconográficas, dispondo com inventiva de materiais e problemáticas de aparência diversa. I Have a Dream é uma obra composta, numa das apresentações, em duas partes . O balão (com o cesto, as cordas, os apetrechos) e um mapa. Esta obra com uma proposta política determinada e objectiva, apresenta simultaneamente algumas questões relacionadas com a escultura. A escala da obra é aparentemente monumental, o volume é imenso mas a aproximação é reveladora de uma proporção à escala humana. De certa forma o balão imenso (ideal, real ou sonhado) que agregámos à nossa memória histórica e livresca transportava-nos para um sonho, imediatamente decapitado ante a visão tridimensional deste artefacto aeronáutico mutilado, caído pelo chão. Caído do céu? Caído à nossa frente no espaço em que nos encontramos. Como se fosse possível demonstrar que os sonhos perdidos (ou traídos) podem ter uma forma terrena e que inesperadamente não é apenas um sonho perdido que lamentamos mas que essa possibilidade se encontra frustrada perante nós. Na metáfora desta obra o desencanto não se restringe somente à falácia do sonho e da liberdade, existe uma outra alteração visível na forma como a obra é construída e fabricada pelo artista. É um teste à capacidade de entendimento do espectador. É um pouco mais do que um jogo. É uma proposta dissimulada que só a aproximação à obra pode desvelar a diferença entre as proporções da escala monumental e da escala quase doméstica e dominável. A forma está lá, mas a proximidade que permite descobrir o detalhe revela opções que enunciam a diferença na sua manufactura. Parece apenas uma brincadeira. Mas muito séria. Por outro lado a obra está ancorada pelo mapa que nos dirige para um percurso, em que somos expostos a um confronto com a nossa posição ética frente a uma declaração de violência contra a homossexualidade, colorido na mesma cor do balão. Cor de rosa. O balão embora aparentemente inerte e quase vazio, repousa como um ser enorme passível de desejo em estertor de morte, e traz consigo toda a inércia ficcional que o precipita no nosso lago íntimo da fantasia e do mistério. Detêm-nos referências ao mundo mágico e fantasioso de Walt Disney e do castelo da bela adormecida mas em morte latente. Ou a tentativa de ser puxado pelos ares por um balão de ar quente que Reinaldo Arenas perseguiu na sua rota imaginária que o levaria de Cuba para a liberdade. Em diversas situações João Pedro Vale tem vindo a construir obras que nos permitem colher, como folhas de um feijoeiro, diversas chaves de um universo fantástico e profundamente humano. Tal como o balão, na obra Bonfim, a nave (não me atrevo a chamar-lhe barco ou navio) flutua na suspensão da esperança dual de um caminho de infinita liberdade que não traz consigo o porto de chegada, o fim que é atirado para o infinito quando se lê nas fitas Não há fim para o caminho . Há uma oposição aparente e por vezes equívoca no tratamento e apropriação dos materiais, mas consciente e manipuladora das suas significações que se abre como o delta de um rio onde não se vislumbra a saída, mas onde dificilmente reconhecemos margens seguras. (...)
No percurso de João Pedro Vale, algumas obras são exemplares da sua capacidade de articular e conjugar referências a práticas humanas e iconográficas, dispondo com inventiva de materiais e problemáticas de aparência diversa. I Have a Dream é uma obra composta, numa das apresentações, em duas partes . O balão (com o cesto, as cordas, os apetrechos) e um mapa. Esta obra com uma proposta política determinada e objectiva, apresenta simultaneamente algumas questões relacionadas com a escultura. A escala da obra é aparentemente monumental, o volume é imenso mas a aproximação é reveladora de uma proporção à escala humana. De certa forma o balão imenso (ideal, real ou sonhado) que agregámos à nossa memória histórica e livresca transportava-nos para um sonho, imediatamente decapitado ante a visão tridimensional deste artefacto aeronáutico mutilado, caído pelo chão. Caído do céu? Caído à nossa frente no espaço em que nos encontramos. Como se fosse possível demonstrar que os sonhos perdidos (ou traídos) podem ter uma forma terrena e que inesperadamente não é apenas um sonho perdido que lamentamos mas que essa possibilidade se encontra frustrada perante nós. Na metáfora desta obra o desencanto não se restringe somente à falácia do sonho e da liberdade, existe uma outra alteração visível na forma como a obra é construída e fabricada pelo artista. É um teste à capacidade de entendimento do espectador. É um pouco mais do que um jogo. É uma proposta dissimulada que só a aproximação à obra pode desvelar a diferença entre as proporções da escala monumental e da escala quase doméstica e dominável. A forma está lá, mas a proximidade que permite descobrir o detalhe revela opções que enunciam a diferença na sua manufactura. Parece apenas uma brincadeira. Mas muito séria. Por outro lado a obra está ancorada pelo mapa que nos dirige para um percurso, em que somos expostos a um confronto com a nossa posição ética frente a uma declaração de violência contra a homossexualidade, colorido na mesma cor do balão. Cor de rosa. O balão embora aparentemente inerte e quase vazio, repousa como um ser enorme passível de desejo em estertor de morte, e traz consigo toda a inércia ficcional que o precipita no nosso lago íntimo da fantasia e do mistério. Detêm-nos referências ao mundo mágico e fantasioso de Walt Disney e do castelo da bela adormecida mas em morte latente. Ou a tentativa de ser puxado pelos ares por um balão de ar quente que Reinaldo Arenas perseguiu na sua rota imaginária que o levaria de Cuba para a liberdade. Em diversas situações João Pedro Vale tem vindo a construir obras que nos permitem colher, como folhas de um feijoeiro, diversas chaves de um universo fantástico e profundamente humano. Tal como o balão, na obra Bonfim, a nave (não me atrevo a chamar-lhe barco ou navio) flutua na suspensão da esperança dual de um caminho de infinita liberdade que não traz consigo o porto de chegada, o fim que é atirado para o infinito quando se lê nas fitas Não há fim para o caminho . Há uma oposição aparente e por vezes equívoca no tratamento e apropriação dos materiais, mas consciente e manipuladora das suas significações que se abre como o delta de um rio onde não se vislumbra a saída, mas onde dificilmente reconhecemos margens seguras. (...)
João Silvério,
Galeria Leme, S. Paulo, Brasil
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Exhibited as part of the group show "Neobarroco" in Sao Paulo along with works by Camila Sposati and Friederike Feldmann, the most recent large-scale sculpture by the Portuguese artist Joao Pedro Vale, Foi bonita a festa, pa (The Party Was Beautiful, Yes), 2006, was constructed from a jangada, a balsa raft from the northeast of Brazil. This craft seems particularly appropriate to its situation in this gallery, the work of Paulo Mendes da Rocha (winner of this year's Pritzker Prize), who has created a long, narrow, very high nave, much like an overturned boat.
Let us examine the metamorphoses and dislocations that Vale has performed on this raft (instead of the caravel of his colonialist ancestors) with which, as a Portuguese, he arrives today in Brazil. Vale painted the boat red, generating maximum contrast with the browns and golden yellows of its decorations: empty beer bottles and their caps. The red and gold recall, above all else, the Catholic Baroque theatricality that marks the Portuguese heritage in Brazil, and recall as well the red flags that played a major role in Portugal's democratic revolution of 1974. The so-called Carnation Revolution is further evoked here by an arch of red plastic carnations that extends along the boat like the arches that typically decorate popular celebrations. The evocation of popular conviviality finds its most striking expression in the use of bottle caps from Sagres beer as if they were ornamental jewels. Sagres is the name of a town in southern Portugal, the site of the school where many fifteenth-century navigators were trained. The play between the "rich" effects of color and light and "poor" materials, between luxury and kitsch, is part of the dialectical play of contradictions that characterize this sculpture and the whole of Vale's work.
A similar formal and symbolic dislocation using objects related to colonial expansion is evident in a set of thirteen smaller sculptures Vale presented in Vienna. Here the references were to objects in cabinets of curiosities such as that of Emperor Maximilian II, housed today in the Kunsthistorisches Museum in Vienna. A product of the anthropological curiosity and the fantasies associated with colonial exploitation, these objects were intended to illustrate the exoticism of distant lands, supposedly inhabited by strange beings like the unicorn (whose horn turns out to be a narwhal's) or the "wild man" (an African slave covered in goatskins)--this cruel invention being the reference in one of the most successful pieces in the Vienna exhibition, Ecce Homo, 2006. The shape of a trophy cup transforms itself into an exotic body, made with glue from a glue gun, a wig balanced on the inverted horns of a Viking carnival helmet lined with leather and gilded tacks, and the tip of an umbrella. A necklace of mock-tortoise pendants and a duster made of Chinese rooster feathers complete the assemblage.
Vale appropriates and metamorphoses preexisting objects, using both ordinary and uncommon materials to sabotage the distinction between beauty and horror, naivete and sophistication. Popular forms of creativity are placed in the service of an analysis of colonialist fantasies; demystification of the fictions of domination opens the path to a hybrid multiplicity of egalitarian possibilities for plastic and symbolic interplay.
Alexandre Melo, ArtForum, Oct, 2006
(translated by Clifford E. Landers)
Exhibited as part of the group show "Neobarroco" in Sao Paulo along with works by Camila Sposati and Friederike Feldmann, the most recent large-scale sculpture by the Portuguese artist Joao Pedro Vale, Foi bonita a festa, pa (The Party Was Beautiful, Yes), 2006, was constructed from a jangada, a balsa raft from the northeast of Brazil. This craft seems particularly appropriate to its situation in this gallery, the work of Paulo Mendes da Rocha (winner of this year's Pritzker Prize), who has created a long, narrow, very high nave, much like an overturned boat.
Let us examine the metamorphoses and dislocations that Vale has performed on this raft (instead of the caravel of his colonialist ancestors) with which, as a Portuguese, he arrives today in Brazil. Vale painted the boat red, generating maximum contrast with the browns and golden yellows of its decorations: empty beer bottles and their caps. The red and gold recall, above all else, the Catholic Baroque theatricality that marks the Portuguese heritage in Brazil, and recall as well the red flags that played a major role in Portugal's democratic revolution of 1974. The so-called Carnation Revolution is further evoked here by an arch of red plastic carnations that extends along the boat like the arches that typically decorate popular celebrations. The evocation of popular conviviality finds its most striking expression in the use of bottle caps from Sagres beer as if they were ornamental jewels. Sagres is the name of a town in southern Portugal, the site of the school where many fifteenth-century navigators were trained. The play between the "rich" effects of color and light and "poor" materials, between luxury and kitsch, is part of the dialectical play of contradictions that characterize this sculpture and the whole of Vale's work.
A similar formal and symbolic dislocation using objects related to colonial expansion is evident in a set of thirteen smaller sculptures Vale presented in Vienna. Here the references were to objects in cabinets of curiosities such as that of Emperor Maximilian II, housed today in the Kunsthistorisches Museum in Vienna. A product of the anthropological curiosity and the fantasies associated with colonial exploitation, these objects were intended to illustrate the exoticism of distant lands, supposedly inhabited by strange beings like the unicorn (whose horn turns out to be a narwhal's) or the "wild man" (an African slave covered in goatskins)--this cruel invention being the reference in one of the most successful pieces in the Vienna exhibition, Ecce Homo, 2006. The shape of a trophy cup transforms itself into an exotic body, made with glue from a glue gun, a wig balanced on the inverted horns of a Viking carnival helmet lined with leather and gilded tacks, and the tip of an umbrella. A necklace of mock-tortoise pendants and a duster made of Chinese rooster feathers complete the assemblage.
Vale appropriates and metamorphoses preexisting objects, using both ordinary and uncommon materials to sabotage the distinction between beauty and horror, naivete and sophistication. Popular forms of creativity are placed in the service of an analysis of colonialist fantasies; demystification of the fictions of domination opens the path to a hybrid multiplicity of egalitarian possibilities for plastic and symbolic interplay.
Alexandre Melo, ArtForum, Oct, 2006
(translated by Clifford E. Landers)
1 comentário:
Excelentes obras! Parabéns!=)
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