Mask series «LX» 2007, collage
Mask series «LXV» 2007, collage
Mask series «III» 1991-92, collage
Mask series «II» 2007, collage
Mask series «LXV» 2007, collage
Mask series «III» 1991-92, collage
Mask series «II» 2007, collage
Mask series «Bird Mask II» 2006, collage
Mask series «XXIV» 2006, collage
Mask series «XXV» 2006, collage
Mask series «XLVIII» 2007, collage
Mask series «XXVI» 2006, collage
Mask series «LII» 2007, collage
Mask series «LXIV» 2007, collage
Landscape series «V» 2005, film portrait collage
Landscape series «VIII» 2005, film portrait collage
Marriage series «VII» 2006, film portrait collage
Marriage series «I» 2006, film portrait collage
Marriage series «XV» 2006, collage
Marriage series «XXVIII» 2007, film portrait collage
Marriage series «X» 2006, film portrait collage
Marriage series «VI» 2006, film portrait collage
«Untitled» 2006, collage
Pairs series «VIII» 2007, film portrait collage
Pairs series «III» 2007, film portrait collage
Pairs series «II» 2007, film portrait collage
Nest series «III» 2007, film portrait collage
Third Person series «I» 1988-1990, film portrait collage
Untitled «She VIII» 2005, film portrait collage
The Face series «Angel» 1988-1990, film portrait collage
Untitled «Incision III» 2005, film portrait collage
Eros series «VII» 2007, collage
Untitled «Underworld IV» 1988-1990, film portrait collage
Untitled «Africa I» 2005, collage
«Resurrection-Bratislava» 2006, collage
«Christ's Entry Into Bergen» 1992, collage
«Christ's Entry Into Essex Road» 2006, collage
«Raft» 2006, collage
Bridge series «I» 2007, film portrait collage
Horse series «IV» 2006, collage
Cinema 2 series «II» 2005, collage
Untitled «Shadow 11» 2006, film portrait collage
Cinema 1 series «I» 2005, film portrait collage
John Stezaker nasceu em Worcester no Reino Unido, no ano de 1949. É um artista que ganhou fama internacional pelos seus trabalhos de colagem em fotografia. Foi um dos artistas da arte conceptual britânica da primeira geração, a expor nos anos 60 e princípio dos anos 70. Durante a década de 70, foi pioneiro na arte da fotografia, expondo, através de mostras individuais ou colectivas, no Reino Unido e na Europa, tendo igualmente participado nas bienais de Veneza e de Paris. O seu envolvimento com a fotografia antiga e a técnica da colagem foi altamente influenciado, nos finais dos anos 70, principio dos anos 80, pelo movimento “New Image Art” nascido nos Estados-Unidos.
Na década de 90, este seu envolvimento com a linguagem imagética e o seu compromisso com a “fotografia antiga”, acabaram por servir de inspiração a uma nova geração de jovens artistas britânicos, os “YBAs”, com os quais veio a expor, a partir de meados dos anos 90, em colectivas na Austrália, na América e na Europa: a “Picture Britanica” em Sydney na Austrália; a “Life, Live” em Paris, no Museu de Arte Moderna; na bienal de fotografia em Ljubljana na Eslovénia e na “British Art Show” em Hayward na Califórnia, no ano de 2000.
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John Stezaker é um artista fascinado pelo poder das imagens, que questiona a autoridade das fotografias que encontra em livros, revistas, postais ilustrados e enciclopédias, intervindo directamente no espaço físico que ocupam. Stezaker divide para voltar a unir, inverte ou simplesmente ajusta uma imagem, através de um processo manual, cujo objectivo é o de reconstruir a imagem a partir da sua “desconstrução”, permitindo, assim, a sua participação activa no mundo actual.
Os seus trabalhos de colagem que fazem parte das várias séries já criadas, evocam a presença lúdica e fantástica que sugere o carácter sobrenatural das obras surrealistas. Através de processos de desconstrução e reconstituição, Stezaker oferece uma experiência fragmentada e participada de um mundo gerador de uma realidade estranha e desarticulada.
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No trabalho em série “Marriage”, Stezaker concentra-se no conceito de “retratismo”, tanto do ponto de vista de género artístico histórico como no de identidade pública. Utilizando “spots” publicitários de estrelas de filmes clássicos, o artista separa e “cola” rostos famosos, criando ícones híbridos que dissocia da sua natureza familiar para criar sensações do domínio do sobrenatural. Ao juntar identidade masculina e feminina através da unificação de carácteres, o artista aponta para uma harmonia desarticulada em que a não reconciliação da diferença tanto complementa como desvaloriza o conjunto. Na interdependência das suas imagens, as personalidades (e como nós as idealizamos) tornam-se dispensáveis e vazias, convertendo-se em seres abjectos através das suas imperfeições levadas ao exagero e da luta pelo predomínio visual.
No trabalho em série “Masks”, Stezaker prossegue no seu interesse pela face escondida. Imagens de postais ilustrados encobrem e substituem a fisiognomonia do sujeito, deixando um vestígio de cabelo, pescoço e roupas. Em “Pairs”, o postal ilustrado serve de máscara à cabeça dos casais, para, a partir do ponto em que se encontram ou se tocam, seja produzido um efeito surreal pela imagem sobreposta. Paisagens de cavernas tomam o lugar de expressões faciais fazendo-as combinar com cenários narrativos imaginários. Em “Nest”, é a imagem de uma coruja que constitui o elemento de ocultação que joga com a qualidade estética e psicológica do ninho e em que simbolicamente é criada a ambiguidade de síntese entre as figuras e os elementos “colados”.
Na década de 90, este seu envolvimento com a linguagem imagética e o seu compromisso com a “fotografia antiga”, acabaram por servir de inspiração a uma nova geração de jovens artistas britânicos, os “YBAs”, com os quais veio a expor, a partir de meados dos anos 90, em colectivas na Austrália, na América e na Europa: a “Picture Britanica” em Sydney na Austrália; a “Life, Live” em Paris, no Museu de Arte Moderna; na bienal de fotografia em Ljubljana na Eslovénia e na “British Art Show” em Hayward na Califórnia, no ano de 2000.
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John Stezaker é um artista fascinado pelo poder das imagens, que questiona a autoridade das fotografias que encontra em livros, revistas, postais ilustrados e enciclopédias, intervindo directamente no espaço físico que ocupam. Stezaker divide para voltar a unir, inverte ou simplesmente ajusta uma imagem, através de um processo manual, cujo objectivo é o de reconstruir a imagem a partir da sua “desconstrução”, permitindo, assim, a sua participação activa no mundo actual.
Os seus trabalhos de colagem que fazem parte das várias séries já criadas, evocam a presença lúdica e fantástica que sugere o carácter sobrenatural das obras surrealistas. Através de processos de desconstrução e reconstituição, Stezaker oferece uma experiência fragmentada e participada de um mundo gerador de uma realidade estranha e desarticulada.
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No trabalho em série “Marriage”, Stezaker concentra-se no conceito de “retratismo”, tanto do ponto de vista de género artístico histórico como no de identidade pública. Utilizando “spots” publicitários de estrelas de filmes clássicos, o artista separa e “cola” rostos famosos, criando ícones híbridos que dissocia da sua natureza familiar para criar sensações do domínio do sobrenatural. Ao juntar identidade masculina e feminina através da unificação de carácteres, o artista aponta para uma harmonia desarticulada em que a não reconciliação da diferença tanto complementa como desvaloriza o conjunto. Na interdependência das suas imagens, as personalidades (e como nós as idealizamos) tornam-se dispensáveis e vazias, convertendo-se em seres abjectos através das suas imperfeições levadas ao exagero e da luta pelo predomínio visual.
No trabalho em série “Masks”, Stezaker prossegue no seu interesse pela face escondida. Imagens de postais ilustrados encobrem e substituem a fisiognomonia do sujeito, deixando um vestígio de cabelo, pescoço e roupas. Em “Pairs”, o postal ilustrado serve de máscara à cabeça dos casais, para, a partir do ponto em que se encontram ou se tocam, seja produzido um efeito surreal pela imagem sobreposta. Paisagens de cavernas tomam o lugar de expressões faciais fazendo-as combinar com cenários narrativos imaginários. Em “Nest”, é a imagem de uma coruja que constitui o elemento de ocultação que joga com a qualidade estética e psicológica do ninho e em que simbolicamente é criada a ambiguidade de síntese entre as figuras e os elementos “colados”.
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John Stezaker collects postcards, movie portraits, stills and lobby cards with an archivist’s zeal. But the way in which they are re-functioned as art is not at all congruent with such an approach. One of the things that makes Stezaker’s practice so intriguing is the extent to which the works more or less follow Conceptual art orthodoxy up to when he makes his ‘cut’, bringing the two images together, after which all other decisions are intuited. The ‘idea’ of the works is straightforward and consistent, and Stezaker has constructed them in much the same way for more than 20 years: two different images are brought together, each destroyed in some important way in order to birth a new one. Yet the logic, or meaning, of the new images remains mysterious.
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The cards are all placed squarely on the photographs, never at an angle, sometimes inverted and sometimes overlapping the edge of the photograph. They are normally positioned so that the face of the actor or actors is obscured. In one, Pair VIII (2007), a couple are embracing on a bed. The man, his face not obscured, moustachioed, and with a cigarette held limply in the corner of his mouth, stares longingly into the eyes of some forgotten starlet. The only part of her face visible is her chin and heavily glossed lips. The rest is obscured by a postcard of a painted image of a stream running through a dense wood. The man’s eyes are therefore diverted from the woman’s face and instead follow the line of the stream up through the trees.
The cards are all placed squarely on the photographs, never at an angle, sometimes inverted and sometimes overlapping the edge of the photograph. They are normally positioned so that the face of the actor or actors is obscured. In one, Pair VIII (2007), a couple are embracing on a bed. The man, his face not obscured, moustachioed, and with a cigarette held limply in the corner of his mouth, stares longingly into the eyes of some forgotten starlet. The only part of her face visible is her chin and heavily glossed lips. The rest is obscured by a postcard of a painted image of a stream running through a dense wood. The man’s eyes are therefore diverted from the woman’s face and instead follow the line of the stream up through the trees.
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In Mask XLVIII (2007), an actress poses, her hair and chin framing a photographic postcard image of a small waterfall. When seen together, the cascading water from the postcard resembles hair and the anonymous sitter’s hair looks like shimmering water. The effect might be called ‘uncanny’, but perhaps this is to rely too heavily on existing discourses historically called upon to critically engage with the collage technique.
In Mask XLVIII (2007), an actress poses, her hair and chin framing a photographic postcard image of a small waterfall. When seen together, the cascading water from the postcard resembles hair and the anonymous sitter’s hair looks like shimmering water. The effect might be called ‘uncanny’, but perhaps this is to rely too heavily on existing discourses historically called upon to critically engage with the collage technique.
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Where these works depart from the biting satire found in Dadaist collage or in the Surrealists’ playful plumbing of the ‘unconscious’ is the point at which the strategies of Minimalist and Conceptual art are evoked. This puts one in mind of the theoretical dingdong about the relationship between the historical and the neo avant-gardes, under the terms of Peter Bürger’s famous distinction, reigniting (intentionally or not) the debate about the validity of an ‘aesthetic’ avant-garde. Serious critical work on Stezaker is sadly thin on the ground, but hopefully this will be prompted by recent commercial and curatorial interest.
Where these works depart from the biting satire found in Dadaist collage or in the Surrealists’ playful plumbing of the ‘unconscious’ is the point at which the strategies of Minimalist and Conceptual art are evoked. This puts one in mind of the theoretical dingdong about the relationship between the historical and the neo avant-gardes, under the terms of Peter Bürger’s famous distinction, reigniting (intentionally or not) the debate about the validity of an ‘aesthetic’ avant-garde. Serious critical work on Stezaker is sadly thin on the ground, but hopefully this will be prompted by recent commercial and curatorial interest.
Dan Kidner,
Frieze Magazine, December 2007, (excerpt)
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Nota: Os trabalhos deste artista estão em exposição em Portugal na Ellipse Foundation Art Centre em Cascais e em Miami nos Estados-Unidos, na Contemporary Arts Foundation da Rubell Family.
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