quinta-feira, maio 31

Willy Ramos, Pueblo Bello / Colombia - pintor contemporâneo

Retrata de Pepa

Flores para sonar

Colombian Landscape

Toronto

Flores mirandose en el Espejo

Estudio de Frutas

Mujer con Chale

Taganga III


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Born 1954 in Pueblo Bello, Colombia.
Willy Ramos is a Colombian-born painter who currently resides in Valencia. Though he immigrated to San Carlos from his hometown of Pueblo Bello, at the age of fourteen, the lush colour of his homeland remains a strong influence in his paintings and drawings. Willy’s large-scale paintings, with their exuberant colour, expressionistic mark-making and active surfaces, recall the paintings of such twentieth century masters as Kandinsky and Matisse. Though representational in terms of their subject matter, Ramos’ paintings function as abstract rhythms of light and colour, organized in harmonious compositions that are both balanced and energized.Willy Ramos paints an idea about nature, rather than a literal depiction of the flowers, landscape or figures before him. He renders form in a reductive, simplified manner reminiscent of the Fauves in France. Ramos studied at the Escuela Bellas Artes in San Carlos, where he now teaches and paints.
Born in Colombia, but based in Valencia, Willy Ramos brings his Mediterranean Splendour to Toronto with a collection of colourful oils and watercolours, all florals and beautiful women. A contemporary fauvist, Ramos is at his brightest with large scale still lifes or portraits of Toronto, but it is his soft watercolors, such as Retrata de Pepa, that seduce. There is an exuberance evident in his works, an energy that comes from the play of colour and light, that draws the viewer to share in the vitality.

sábado, maio 26

Costa Pinheiro, Moura / Portugal - pintor contemporâneo

Não só eles e elas (2003)

Ela, ele, a "cosmolanguage" e as poeiras cósmicas (2003-4)

Ela atrás do sonho dele, ele atrás do sonho dela,
ela olhando o seu corpo, ele olhando o corpo dela (2003)


Ele e o seu cosmos (2003)

Ela e o corpo dele/ela e a sua religião/
elle avec son amour/ela e o cosmos (2003)

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António Costa Pinheiro nasceu em Moura, em 6-6-1932
A importância da obra de Costa Pinheiro, iniciada em finais da década de 50 e pouco depois integrada na acção do Grupo KWY – a que foi dedicada uma exaustiva retrospectiva no Centro Cultural de Belém em 2001 –, destacou-o como um dos mais significativos artistas da segunda metade do séc. XX em Portugal.
As séries “Reis de Portugal” (1964/66), Projecto “Citymobil” (1967/75), “O Poeta Fernando Pessoa” (1974/81) ou “La Fenêtre de me tête” (1983/89), marcam alguns dos pontos desta carreira, que tendo projectado internacionalmente, mereceu o melhor acolhimento dos mais importantes sectores da crítica e das instituições na Alemanha, onde longamente o pintor viveu, e onde está representado nas principais colecções públicas e privadas.
Tendo realizado duas exposições de carácter retrospectivo na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1981 e 1989, passaram cerca de 20 anos até que Costa Pinheiro realizasse uma exposição de obra recente em Portugal, para além de breves aparições em mostras colectivas ou presenças em exposições de carácter institucional. Os “Navegadores”, exposição apresentada na Galeria Fernando Santos no Porto, em Setembro de 2001, marcou o regresso da obra do pintor à cena artística portuguesa.
A exposição que agora se apresenta, “Elas e Eles”, mostra o mais recente ciclo na obra do artista.
A propósito desta exposição, escreve Bernardo Pinto de Almeida no livro agora editado pela Galeria Fernando Santos :

“Se o actual trabalho não desmente o sentido do anterior e antes o prolonga, como escrevi, é porque no processo conceptual e formal em que a obra de António Costa Pinheiro se vem desenvolvendo, desde há mais de quatro décadas, estas novas personagens (personagens conceptuais, diria Deleuze) revestem uma significação que, não repetindo as anteriores, o que seria forma de academização, antes as actualiza. Desde logo no modo como elas servem a construir uma narrativa, aqui simplificada em extremo, que se estabelece a partir do lugar que essas mesmas personagens ocupam num outro plano narrativo que lhes é extrínseco. Darei um exemplo para tornar mais claro o raciocínio. Se, como no caso exemplar dos Reis (a série dos anos 60 que o consagraria como uma referência incontornável da arte portuguesa da segunda metade do século XX), ou, depois, na outra dos Navegadores, cada personagem se elaborava como sujeito de uma narrativa própria cujo sentido se esclarecia quando projectado na narrativa mais abrangente da própria História (e mais concretamente da história de um País) ou, em alguns casos, nessa outra narrativa mais imperceptível que é a do mito, em que por vezes a história como que se dilui, o facto é que agora a presença destes dois seres, reflecte esse processo de um modo diverso.
Antes do mais, eles são sujeitos um para o outro, sendo que nesse mútuo processo construtivo de subjectividades ambos se tornam, para nós, personagens de uma espécie de cena, ou de um teatro, cujo movimento observámos.
E porque entre si entretecem as teias de uma relação, desde logo por isso mesmo se organizam no interior de um processo narrativo que assim instituem. Processo que se constrói, de um a outro, de um com o outro, como narrativa partilhada, o que é o atributo mais nítido do próprio relacional. Todavia essa narrativa, esse serem um para o outro, ou o afastarem-se um do outro, ou o refugiarem-se cada um no espaço da respectiva subjectividade, consoante os movimentos internos da sua própria narrativa, podendo parecer à partida um acto que nos seria absolutamente indiferente, na medida em que não teria qualquer projecção na história, desde logo remete para essa outra narrativa do mito, talvez do mais universal de todos depois do mito da criação, de que é continuação directa, e que é o mito do encontro (ou do desencontro) entre o feminino e o masculino.”

quinta-feira, maio 24

Carlos Carreiro, Ponta Delgada, Açores - pintor contemporâneo

Conspiração nocturna no jardim Duque da Terceira (2006)
acrilico sobre tela

Paisagem com gente que não tem os pés bem assentes na terra (2006)
acrilico sobre tela

Talent de rien faire II (2005), acrilico sobre tela

As mulheres da Terceira gostam de ser coroadas (2007)
acrilico sobre tela

Avião perturba o culto do Divino Espirito Santo (2006)
acrilico sobre tela
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Coração escapa a atropelamento junto aos Correios de Setúbal (2005)
acrilico sobre tela

Talent de rien faire I (2005), acrilico sobre tela

Almada visita «O Banho Turco» de Pomar (2002), acrílico sobre tela

Polvavião ataca pintor em dia de Aniversário (2002)
acrilico sobre tela
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A Gruta Azul (2002), acrílico sobre tela

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Carlos Carreiro nasceu em 1946 em Ponta Delgada. É Professor Associado da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Realizou 63 exposições individuais em numerosas galerias tais como: Zen, JN, 111, Módulo, EG, Bertrand, Roma e Pavia, Diagonal, Diagonale (París), Almadarte, Mário Sequeira, Sala Maior, Presença, Arco 8, São Mamede, Àrvore, Sociedade Nacional de Belas Artes, Soctip, etc.Em 1976 formou o Grupo Puzzle com Graça Moráis, Jaime Silva, Dario Alves, Albuquerque Mendes, Pedro Rocha, Fernando Pinto Coelho, João Dixo e Armando Azevedo.Participou em Portugal e no Estrangeiro em mais de 300 exposições colectivas tais como Arco 98, Madrid e Art Cologne 01. Em 1991/2 com o apoio da DRAC foi organizada uma Exposição Antológica, assinalando os 25 anos de Pintura do artista a qual percorreu as cidades de Angra do Heroismo, Ponta Delgada, Horta, Lisboa e Porto. E posteriormente, Amarante, Coimbra, Gondomar, São João da Madeira e Aveiro. Em 2003 realiza uma pequena exposição antológica na Galeria do Centro Municipal da Cultura de Ponta Delgada onde teve uma exposição individual novamente em 2005. Recebeu vários prémios, entre eles menção honrosa George Orwell 1984 da Fundação Calouste Gulbenkian, Prémio Nacional de Pintura da 2º Bienal de Arte AIP 1996, prémio Art Car BMW Baviera em 1997.Está representado em inúmeras colecções privadas, institucionais e em museus. Na Assembleia Legislativa dos Açores, na cidade da Horta. Realizou na sala do plenário um painel de pintura e um projecto de tapetes. Estando representado na sede do Governo Regional assim como em diversas Secretarias, nos Hospitais da Horta e Ponta Delgada no Museu Carlos Machado, Museu da Horta e Museu do Nordeste, e EDA. Também está representado na Assembleia da Républica em Lisboa.Em 10 de Junho de 2006 recebeu do Presidente da Républica Portuguesa a Condecoração de Grande Oficial da Ordem de Mérito em cerimónia comemorativa do 10 de Junho em Angra do Heroísmo.
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Ilha Terceira, Angra do Heroismo
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Crítica:

E o País Parou. Há vinte, seiscentos, mil anos atrás. E patrioticamente nunca recuperou desse atraso congénito embora na sua ingénua gritante modernidade procure ocultar esse estigma.A arte, como todas as doenças infecto-ambiciosas é sobretudo a crítica essa degenerência mental humana, tem tentado impor comportamentos estanques, básicos, modas: neste sécullum dita-se o modus operandi aos artistas, concebem-se capelas, exibem-se tiques e fachadas; a tal portugalidade está asfixiada por pintores que não querem, não sabem, não podem desenhar, cativa de conceitos abstraccionistas pacóvios, de estrangeirismos performáticos envergonhados, enfim, pudores nacionais escondidos por enigmáticos projectos em línguas globalizantes. Concepts…Carlos Carreiro expõe-nas: a tal fachada retro-quinhentista, o novo-riquismo ilhéu tropicalista, a inutilidade do jeep urbano ou os arrogantes submarinos de um Vasco da Gama que nem sabia nadar. YO.Com um onírico lúbrico pesadelo doméstico, em que a salazarenta Casa Portuguesa confunde o cinzento imperialismo minimalista arquitectónico, onde o pavão no museu é mais importante que a árvore, a avenida marginal mais importante que a maré, é este o ideal foguetão de madeira português, Grão-mestre Nuno Gonçalves da fogueira das nossas vaidades. E a cor, as cores que desde o psicadelismo no pintor se têm vindo a apurar?Estádio de sítio rendido ao poder, anamorfose de Amadeo distorcida pelo “marchand”, fazendo das tripas coração em verdade vos digo que não há Arte mais sincera que a que nos permite interpretar saboreando os extra-mundos que nos tocam tão de perto, quiçá tão longe.
Rui Reininho