segunda-feira, maio 26

Jorge Queiroz, Lisboa / Portugal - pintor contemporâneo

«Sem título» 1999
(grafite e lápis de cor sobre papel)
Colecção Particular

«Sem título» 2005
(grafite, lápis de cor, pastel de óleo e guache sobre papel)
Colecção Particular

«Sem título» 2003
(grafite, lápis de cor, carvão, pastel de óleo e guache sobre papel)
Colecção Particular

«Sem título» 2006
(grafite, lápis de cor, aguarela, pastel de óleo e guache sobre papel)
The Lodeveans Collection, London
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«Sem título» 2000
(grafite sobre papel)
Colecção Fundação Carmona e Costa, Lisboa
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«Sem título» 2006
(grafite, lápis de cor, pastel de óleo e guache sobre papel)
Gordon Watson Collection, London)
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«Sem título» 2002
(grafite sobre papel)
Colecção Particular
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«Sem título» 2002
(grafite, lápis de cor, pastel de óleo e guache sobre papel)
Colecção Particular

«Sem título» 2000
(grafite e lápis de cor, pastel de óleo e guache sobre papel)
Colecção Particular
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«Sem título» 2004
(grafite e guache sobre papel)
Collection Florence et Daniel Guerlain, Les Mesnuls, França

«Sem título» 2005
(grafite, lápis de cor e pastel de óleo sobre papel)
Colecção Particular
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«Sem título» 2004
(grafite, carvão, pastel de óleo e guache sobre papel)
Collection C. Zervudacki, Nice

«Sem título» 2005
(lápis, pastel de óleo e guache sobre papel)
- conj. 16 desenhos -
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«Sem título» 2003
(grafite, lápis de cor, pastel de óleo e guache sobre papel)
Colecção Particular

«Sem título» 2003
(guache sobre papel)
Colecção Particular

«Sem título» 2000
(grafite e lápis de cor sobre papel)
Colecção Fundação EDP, Lisboa
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«Sem título» 2004
(grafite e guache sobre papel)
Colecção Florence et Daniel Guerlain, Les Mesnuls, França
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«Sem título» 2002
(lápis de cor sobre papel)
M.A.H. Muda Collection, Portugal
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«Sem título» 2003
(grafite, pastel de óleo e acrílico sobre papel)
Colecção Carmona e Costa, Lisboa


«Sem título» 2004
(grafite, láspis de cor, pastel de óleo e guache sobre papel)
Colecção Particular
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«Sem título» 2004
(grafite e guache sobre papel)
Colecção Particular



Jorge Queiroz nasceu em Lisboa no ano de 1966. Vive e trabalha em Berlim.
Frequentou o Ar.Co e depois de uma curta estadia em Londres no Royal College of Art ingressou na School of Visual Arts em Nova Iorque, em 1997, onde residiu durante os seis anos seguintes. Em 2004 estabeleceu-se em Berlim e tem hoje uma ampla presença internacional em galerias e museus. Destaque para a presença nas Bienais de Veneza 2003 e São Paulo 2004 a convite dos respectivos comissários Francesco Bonani e Alfons Hug. Trabalhando sobretudo o desenho, Jorge Queiroz parte de um referencial pós-surrealista ou pós-simbolista para criar um universo eminentemente pessoal. É uma característica marcante da sua abordagem a total ausência de títulos ou mesmo de enumeração das obras, remetendo essa ausência para um universo a-linguístico cuja natureza não é consentânea com nenhuma linearidade narrativa. Nos seus cenários oníricos omite qualquer organização ou hierarquia, subvertendo a relação figura-fundo ou interior-exterior, numa profusão de traços e marcas que parecem revirar-se sobre as suas próprias entranhas. Evocando o mundo alquímico da garrafa de Klein [uma garrafa que se revira sobre o seu próprio interior e que Duchamp usou como referência nos seus estudos sobre a quarta dimensão] os desenhos de Jorge Queiroz remetem para essa quarta dimensão, enquanto possibilidade matemática e fantasma milenar. Na inversão entre o conteúdo e o contido, que Jorge Queiroz continuamente põe em prática, exprime-se toda uma percepção de energia obscura que vem acompanhando tanto a arte quanto a ciência ao longo do último século. Através de extravagantes suposições, como sejam o ectoplasma ou a telecinésia, e de extraordinárias evidências, como a radioactividade, o magnetismo ou a electricidade, um imaginário tão fantástico quanto fantasmático tomou corpo. Jorge Queiroz pertence a esse imaginário, demonstrando que a contemporaneidade está bem longe da noção de identidade enquanto Forma, do Eu-pele, do classicismo.
Alexandre Melo, sociólogo e crítico de arte

in «Arte e Artistas em Portugal» Maio 2007
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Nota: Por favor click nas imagens para uma melhor visualização.
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Crítica:
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In the drawings of Jorge Queiroz there is a world, a world in which figures, landscapes, constructions, motifs and references articulate to suggest stories whose narratives the viewer may have a hint of but which he cannot fully read or see, as they aren’t told. Each drawing appears as a fragment of the very fiction it suggests but from which it departs in its composition of traces, remains, images (…)
The universe of Jorge Queiroz takes shape as a mysterious imaginary where characters and situations bring about a constant ambivalence between reality and fantasy, a constant challenge to both the interpretation and the construction of a coherent meaning.
(…)
In these drawings we surmise the existence of a code, or of a structure, but that code seems never to depend on a predefined grammar. Each drawing utilizes as fragment and transference of the multiple situations, which it associates, in an illogical albeit structured collage of figures, motifs and gestures. That instant becomes a mysterious enunciation composed of a mosaic of places, spaces, times and characters. In that enunciation the condition of the author prevails, materialising in the recurrence of the presented motifs, in the expression of the shapeless gesture, in the exploring of dichotomies and allegories. The drawings of Jorge Queiroz travel between the possibilities of a pre-verbal oneiric discourse – which language would be at pain to describe – and a post-verbal discourse, omniscient of the narrative condition from which it seeks a voluntary rupture. This discursive contamination between image and fiction, between the verbal (that which can be described) and the non-verbal (that which cannot be verbalised) further reinforces the presence of the author as unifying figure of this whole universe. In a certain way, the work of Jorge Queiroz asserts itself as an exercise of resistance against the disappearance of the role of the author in contemporary society as identified by Foucault some decades ago. If it is the technical reproducibility of the work of art that creates the necessary condition of that disappearance of the author, then Queiroz renounces precisely that reproducibility by insisting, through drawing, upon the singularity of gesture and of a whole cosmogony , which turn each sheet of paper into a unique, compulsive, and iterative moment in his work.
(…)
The landscapes of Queiroz offer, in certain cases, the representation of a romantic nature where the sublime measures itself against the solitude of characters that may arise in it. As in a Caspar David Friedrich painting, mountains, rocks, cliffs, trees, bushes and gardens may bring those characters face to face with the representation of a grandiose nature and its solitude. Here and there, that abrupt and sublime nature gives way to the orderly space of the garden or merges with it, with its lines of perspective that structure the landscape wherein the figures appear and vanish in their unexpected metamorphosis. The scenographic theatricality of such places is entirely obvious, as if they opposed order to chaos, beauty to the sublime, harmony to terror (…)
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Excerpts from the
catalogue untitled «Drawing as twilight zone between the real and its fictions» of the exhibition held at The Serralves Museum of Contemporary Art in Oporto.
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Note: Please double click on the images to get a better view.
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Des oeuvres de Jorge Queiroz, on pourrait dire "c'est tout un monde", un monde dans lequel, personnages, paysages, constructions, motifs et références s'articulent pour suggérer des histoires qui entraînent le spectateur vers des images qu'il ne peut jamais complètement décrypter comme si elles ne se laissaient pas entièrement conter. Ces oeuvres aux accents surréalistes et symbolistes ont une écriture très poétique où peinture, pastel, fusain, aquarelle, crayon gras s'entremêlent et se diluent (...)
Galerie Nathalie Obadia, Paris
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Jorge Queiroz arbeitet ausschließlich auf Papier. Aus diesem Grund ist er als Künstler für das Horst-Janssen-Museum besonders interessant. Der Bildträger Papier schränkt ihn allerdings nicht ein. Der 1966 in Lissabon geborene Künstler lebt und arbeitet heute in Berlin. Von 1990 bis 1999 hat er an drei Kunstakademien Zeichnung und Malerei studiert: Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa; Royal College of Art, London und School of Visual Arts, New York. 2003/04 war er Stipendiat der Fundação Calouste Gulbenkian und hat am Internationalen Atelierprogramm des Künstlerhauses Bethanien in Berlin teilgenommen. Wichtige Ausstellungsbeteiligungen bisher waren die Biennale in Venedig 2001, die Ausstellung "Works on paper" der Galerie Max Hetzler in Berlin 2005 und aktuell die Berlin Biennale
(...)
Horst Janssen Museum, Oldenburg
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«Images cedidas pela Fundação Serralves, por cortesia do artista»

sábado, abril 12

Pedro Calapez, Lisboa / Portugal - pintor contemporâneo

«Neve de Espinhos» 2005
Capela de Nª Srª das Neves, Biblioteca Municipal de Ílhavo
Installation view
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«Neve de Espinhos» (pormenor)

Stylt series «Abstract Landscape» 2003
(conj. 44 aguarelas sobre papel)

Stylt series «Abstract Landscape 19» 2003
(aguarela sobre papel)

Stylt series «Abstract Landscape 21» 2003
(aguarela sobre papel)

Campo series «Untitled 06» 2001
(aguarela sobre contraplacado)

Campo series «Untitled 08» 2001
(aguarela sobre contraplacado)

«Porta de Cristo» 2007, bronze
Igreja da Santíssima Trindade, Fátima
Installation view
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Mistérios do Rosário series
«Mistério Gozoso - O nascimento de Jesus em Belém» 2007
(painel em bronze)


Mistérios do Rosário series
«Mistério Luminoso - Transformação da água em vinho» 2007
(painel em bronze)

Mistérios do Rosário series
«Mistério Doloroso - A flagelação de Jesus» 2007
(painel em bronze)

Mistérios do Rosário series
«Mistério Glorioso - A ascensão de Jesus no céu» 2007
(painel em bronze)

Mistérios do Rosário series
«Mistério Glorioso - A descida do Espírito Santo sobre Nª Srªa e os Apóstolos» 2007
(painel em bronze)


«Quarto Interior 01» 1994
(alkyd sobre tela)

«Quarto Interior 02» 1994
(alkyd sobre tela)
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«Um dia na vida de B» 2004
(pastel de óleo sobre papel)
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«Um dia na vida de AB» série vermelho/negro, 2004
Prémio Nacional de Arte Gráfico, Madrid 2006
(gravura a águaforte e águas-tintas sobre papel Acid free de 300 g)

«Um dia na vida de AB» série vermelho/azul, 2004
Prémio Nacional de Arte Gráfico, Madrid 2006
(gravura a águaforte e águas-tintas sobre papel Acid free de 300 g)

«Muro contra muro» 1994
Centro de Arte de Burgos
Installation view 2005
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«Passagem 10» 2004
(acrílico sobre alumínio)

«Untitled 09» 2007
(alkyd sobre cartão museu)

«Fumos Verdes» 2006
(acrílico sobre alumínio)
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«Lugar da subtil diferença» 2003
(acrílico sobre alumínio)

«Lugar do deleite» 2003
(acrílico sobre alumínio)

«RAM 04» 2001
(acrílico sobre alumínio)

«Ground 02» 2005
(conj. 43 peças de alumínio pintadas a tinta acrílica)
Mario Mauroner Contemporary Art, Viena Salzburg
Installation view

«Untitled 06» 2007
(alkyd sobre cartão museu)

«Passagens» 1990
(giz sobre tijolo maciço)
Convento de São Francisco, Beja
Installation view
* «Projecto de jardim 01» 1999
(acrílico sobre DM)

«Ornamento escondido» 2002
(conj. 24 painéis de alumínio pintados)
Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa
Installation view


«Ornamento escondido» 2002

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Pedro Calapez nasceu em Lisboa no ano de 1953.
Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa e afirmou-se como pintor na primeira metade da década de 80, em exposições como Depois do Modernismo e Arquipélago. Mantendo-se à margem da voragem situacionista e da expressividade escatológica que marcaram o então chamado “regresso à pintura”, Calapez empreendeu um percurso pautado pelo rigor metodológico no qual o desenho é a prática fundadora. Produzindo pinturas por incisão, próximas da tradição da gravura, o autor interessa-se sobretudo pelo tratamento pictórico/arquitectónico do espaço. A arquitectura é uma das referências organizadoras da obra de Calapez, mas esta arquitectura, riscada à superfície do suporte, apresenta caminhos, fachadas, ou pontos de fuga que se contradizem, criando paisagens inverosímeis. Uma arquitectura que remete para a cenografia, ao funcionar como um empilhar de fragmentos cuja aparência teatral insinua um espaço de representação. Calapez engloba na lógica cenográfica não apenas as referências arquitectónicas mas conjuntos de objectos que poderiam servir como adereços ou objectos de cena. Mas esta é uma cenografia residual, abandonada pelos actores, a narrativa e o drama que algum dia a terão habitado.
Ao longo da última década a vocação arquitectónica materializou-se numa obra como Muro contra Muro (1994) em que os painéis pintados são instalados na galeria sob a forma de corredores que determinam, de modo directo, o percurso e as condições de visibilidade para o observador. O mesmo tipo de efeito de controlo do olhar revela-se numa série de objectos recentes: cubos abertos, sem face superior, com as paredes interiores pintadas que surgem como “caixas de pintura” que aprisionam o espaço do visível.
No mesmo período desenvolve-se uma nova linha de trabalho do artista. A apetência pelas texturas e pela criação de paisagens manifesta-se agora através da prática cada vez mais desenvolta de uma pintura abstracta que se deleita nos prazeres do exercício de aplicação das tintas e da gestão dos jogos de cores. Muitas vezes estas pinturas tomam a forma de painéis que reunindo múltiplos elementos de modo a ocupar o espaço de uma parede instauram, uma vez mais, um diálogo privilegiado com o espaço e a luz que as acolhe.
Alexandre Melo, sociólogo e crítico de arte
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in «Arte e Artistas em Portugal» Maio 2007
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Nota: A biografia do autor, assim como os vídeos de duas exposições, poderão ser consultados no sítio oficial de Pedro Calapez.
Actualmente, as suas obras encontram-se expostas no Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE), integrando a "Colecção António Cachola".
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Crítica:
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El retablo del deseo de Pedro Calapez
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Desde hace casi una década, Pedro Calapez (Lisboa, 1953) ha conocido en nuestro país un éxito notable, confirmado por algunos premios y por las exposiciones que le han dedicado el MEIAC de Badajoz (Ecos de la materia, 1996) y la Fundación Miró de Mallorca (Campo de Sombras, 1997). Las composiciones de Calapez, integradas por pequeños “cuadros” de colores intensos, organizados en hileras contrastadas y rítmicas, poseen un encanto casi musical. Alguien podría interpretarlas como “instalaciones” de pintura, en el sentido por ejemplo de los surrogates de Allan McCollum, cuyos elementos se agrupan en número y distribución variable dependiendo del espacio de cada exposición. Pero no son nada de eso. No se trata de meros agregados, sino de composiciones coherentes. Como explica el propio Calapez, los orígenes más remotos de su formación plástica están ligados al espíritu de la Bauhaus y su planteamiento del proceso creativo es rigurosamente constructivo: el artista realiza primero un boceto del conjunto y luego pinta cada uno de los elementos que la integrarán. En todas las composiciones, incluso cuando tienen un contorno irregular o una estructura aparentemente aleatoria, descubrimos paralelismos, inversiones, simetrías latentes y secretas entre las hiladas de “ladrillos” de diversos formatos, volúmenes y colores.
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La obra de Calapez se entronca con el interés por el políptico, por la composición articulada en varios elementos separados, que recorre la tradición de la pintura sistemática del siglo XX. Desde el Rojo-Amarillo-Azul de Rodchenko o los trípticos de Theo van Doesburg hasta la proliferación de polípticos en torno al minimalismo, en la obra de Ellsworth Kelly, Frank Stella, Robert Ryman, Brice Marden, Robert Mangold, Alan Charlton o Jo Baer. Lo que añade Calapez a esta tradición es una mayor intensidad pictórica, una mayor riqueza de acontecimientos en el interior de cada uno de los “cuadros” que forman sus composiciones. Algunos de estos “cuadros” presentan un dibujo esquemático esgrafiado sobre una capa de pintura monocroma (que procede de los dibujos en blanco y negro que Calapez realizaba a comienzos de los noventa). Otros elementos, la mayoría, combinan varios colores en una composición abstracta cuya factura recuerda a veces a Gerhard Richter y a veces a Howard Hodgkin. Calapez extiende con la espátula, sobre una capa de pintura todavía húmeda, otra capa de un color en furioso contraste con ella, de forma que se mezcle un poco con lo de abajo, pero sólo un poco.
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Como sugieren los títulos (Lugar dos pequenos lugares, Lugar de la sutil diferencia, Lugar dos dois caminhos, Lugar do deleite, Lugar da ilusao) las composiciones de Calapez evocan paisajes: senderos, bosques, montañas, jardines, escenarios arquitectónicos recompuestos a través de un puñado de fragmentos. Ninguno de estos fragmentos llega a ser un foco fijo de nuestra atención, ninguno de ellos retiene mucho tiempo la mirada, que vaga de uno en otro sin detenerse apenas. Calapez compara esa errancia con el modo en que, al pasear por las calles de una ciudad, nuestros ojos saltan de una cornisa a una torre, de un balcón a una puerta, de una esquina a otra. O con nuestra manera de recordar un gran cuadro que hemos visto en un museo, como una sucesión de detalles vívidos pero difíciles de encajar entre sí. En todo caso, los retablos de Calapez, sus rompecabezas imperfectos, nos hablan del afán de reconstruir una totalidad perdida, presente sólo en la memoria o en el deseo, a partir de sus ruinas.
Guillermo Solana, El Mundo
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Faire vivre de manière permanente une œuvre contemporaine dans un grand bâtiment historique est délicat, et souvent peu réussi. Un des rares chefs d’œuvre de ce type que je connaisse, ce sont les vitraux de Pierre Soulages à Conques, sur le chemin de Saint-Jacques. Le Monastère des Hiéronymites, à Belém, est un lieu mythique de l’histoire du Portugal.
Dans l’escalier du cloître, Pedro Calapez a installé cette œuvre au premier abord peu lisible : 24 panneaux d’aluminium disjoints, de deux tailles différentes (80×130 et 130×130) et deux épaisseurs (6 et 10 cm), d’où un effet de construction en moellons et de profondeur, sur un ensemble de plus de 25 mètres carrés. Trois jeux de couleur, un fond jaune, puis un dessin orangé, et, en surface, des traits rouge sombre. Quand l’œil s’habitue, on reconnaît dans le dessin orangé l’architecture du monastère, des arches, des marches, des sculptures ; les veines rouges qui irriguent le tableau peuvent évoquer une végétation luxuriante ou Cy Twombly. L’œuvre s’appelle Ornement non divulgué, elle porte en elle une dimension religieuse, historique très forte et s’harmonise parfaitement avec ce lieu, en le transcendant.
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Pedro Calapez was born in Lisbon, where he lives and works. He began his studies in civil engineering but then transferred to the Escola de Belas Artes (School of Fine Arts) after having attended the Fine Arts Course at the Sociedade Nacional de Belas Artes (National Association of Fine Arts). While attending Belas Artes he worked as a professional photogropher until 1985, when he was able to dedicate himself exclusively to painting.
He began taking part in exhibitions in the seventies and in 1982 had his first individual exhibition. He has exhibited his work individually in various galleries and museums, most notably Histórias de objectos, Casa de la Cittá, Roma, Carré des Arts, Paris and Fundação Calouste.Gulbenkian, Lisboa (1991); Petit jardin et paysage [instalação], Capela Salpêtriére, Paris (1993); Memória involuntária, Museu do Chiado, Lisboa (1996); Campo de Sombras, Fundació Pilar i Joan Miró, Mallorca (1997); Studiolo, INTERVAL-Raum fur Kunst & Kultur, Witten, Germany (1998) ; Madre Agua, Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz and Centro Andaluz de Arte Contemporáneo (2002); Selected works 1992-2004, Fundação Calouste.Gulbenkian, Lisboa (2004); piso zero, CGAC- Centro Galego de Arte Contemporáneo (2005).
Most oustanding among the various collective exhibitions in which he has taken part are the biennials of Venice (1986) and S.Paulo (1987 and 1991) and the exhibitions: 10 Contemporâneos, Museu de Serralves, Porto (1992); Perspectives, Centre d'art contemporain, Marne-La-Vallée (1994); Depois de Amanhã, Centro Cultural de Belém, Lisboa (1994); Ecos de la materia, Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz (1996); Tage Der Dunkelheit Und Des Lichts, Kunstmuseum Bonn (1999); EDP.ARTE, Museu de Serralves, Porto (2001).
He has also designed stage sets for theatre as well as having carried out various public works, such as a square for the World Exhibition of Lisbon 1998.
Pedro Calapez is represented in various public and private collections including, for example, the Museu Serralves, Porto; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação Luso Americana, Lisboa; Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Chase Manhattan Bank N.A, New York; Fundació Pilar i Joan Miró, Palma de Mallorca; Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo, Badajoz; Centro Galego de Arte Contemporânea, Santiago de Compostela; Fondación Prosegur, Madrid; Fundación Coca-Cola España, Madrid; Central European Bank, Frankfurt; Centro de Arte Caja Burgos, Burgos; European Investment Bank, Luxembourg and other public and private collections.
He has received, among others, the União Latina prize in 1990, the Prize for Drawing from the Fundació Pilar I Joan Miró in Majorca 1995 and the Prize for Painting from EDP-Art Foundation, Lisbon, 2001.
MAM Mario Mauroner Contemporary Art, Salzburg
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«Algumas das imagens cedidas por cortesia do autor»