quinta-feira, junho 28

"Pense com os Sentidos, Sinta com a Mente" - Bienal de Veneza (10 Jun - 21 Nov)


Joana Vasconcelos, "Dorothy", Portugal

David Altmejd, Canadá

David Altmejd, "A bird-headed man", Canadá

El Anatsui, "Dusasa I", Rep. do Gana

Felix Gonzalez-Torres (Cuban dead artist), "America", EUA

Francesco Vezzoli, "A still from democrazy" (video installation), Itália

Isa Genzken, "Oil", Alemanha

Isa Genzken, "Spacewalkers", Alemanha

Yinka Shonibare, "The work how to blow up two heads at once", Nigeria

Mounir Fatmi, "Save Manhattan", Marrocos

Riyas Komu, "Petro-Angel", India

Yukio Fujimoto, "Ears with chair", Japão

Nordic Pavilion, "Three interactive toilets - Liberté, Egalité, Fraternité

Jason Rhoades, "Tijuanatanjierchandelie" (2006), dead american artist, EUA
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Robert Storr, director of the 52nd Venice Biennale, now a professor and for a long time a senior curator at New York's Museum of Modern Art, seemed an ideal director: urbane, sensitive, a good writer, hard-nosed, open-minded. He has also been guided, it appears, as much by his personal affinities and sensibilities as by theory, and there's nothing wrong with that. Whatever clever arguments there always are for including one sort of art or another, they have long ceased to matter by the time the next biennale comes along. The art itself is what counts, and what is memorable.
The lessons Storr gives us are that war is bad, utopian dreams persist, and that we're all gonna die. But these perhaps have been the Venice Biennale's irreducible themes ever since it began in 1895.The one thing that Storr seems to lack - and it really does matter - is genuine flair for exhibition-making, the telling juxtaposition, the twist and the surprise. He warns that biennales are not for people who are in a hurry, and that he would like us to slow down. But tell that to the art-consuming hordes who come for the opening days, and who in the heady rush for the next spectacle hurry through the Arsenale, and from pavilion to pavilion. Slow down too much and we might notice the tired alignments, or how dreary Robert Ryman looks, and how Storr is shaky when it comes to photography and sculpture.
The Arsenale is, usually, the liveliest area of the biennale. This time, the spaces feel dulled by war and the weight of artistic responsibility. We begin with memories, film clips and interviews with the descendents of the Italian futurists, and end, hours, if not days later, with Ilya and Emilia Kabakov's intricate models of the fabled and quite fictitious city of Manas in the mountains of northern Tibet.
There is then a contentious Africa Pavilion, the contents of which all come from a single collection (and not all of which are by African artists). And then, teetering over the far end of the docks, the Italian Pavilion proper, where Francesco Vezzoli has installed his disappointing spoof US election campaign films. Starring Sharon Stone and an unlikely Bernard-Henri Levi, Democrazy points out what we already know about the media-managed vapidity of election campaigns, and not just in America. Vezzoli's "remake" of Gore Vidal's Caligula, at the last biennale, was much superior.
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Adrian Searle, The Guardian


sexta-feira, junho 22

Miguel Rebelo, S. Miguel / Açores - pintor contemporâneo








Pratos da Ásia, sem título, técnica mista s/ papel

Nasceu em 1957 nos Açores. Reside em Montréal desde 1969. Actualmente as suas actividades profissionais são repartidas entre Portugal e o Québec.
Miguel Rebelo, a partir de «Os Pratos da Ásia», acrescenta uma dimensão conceptual à superfície pintada. À partida, foi a ideia de pintar objectos definidos, assumidos numa pesquisa gastronómica que poderão agora, ser examinados noutro prisma. O que poderia parecer uma análise incaracterística da natureza da arte, deverá, pelo contrário, ser encarada como o início de uma perpetração baseada numa exploração fundamental dos fluxos da experiência humana, assente numa resposta às suas influências culturais inspiradoras.
É um espírito traduzível pelo conceito de passagem, metáfora de uma temporalidade reguladora da nossa condição física e espiritual. É a passagem, enquanto elemento formal vinculativo da pulsão orgânica que é, espontaneamente, perceptível na pintura de Miguel Rebelo. A sua invulgar capacidade de assimilação transporta-nos, neste caso, para uma dimensão, onde o universo da gastronomia conflui com o da pintura. Nesta abordagem, a visão é frontal, Miguel Rebelo preenche um espaço, que não lhe é familiar, apresentando-o sob a forma de uma reconfiguração exultante do universo emergente dessa exploração. Foi esta riqueza que Miguel Rebelo soube explorar e que transparece nesta apresentação, que celebra o enlace de culturas e experiências.
Para lá do enlevo desta mostra, onde a pintura de Miguel Rebelo celebra a cultura asiática, é a estupefacção que brota do simples acto de olhar estas tonalidades e formas concebidas por um pintor atento à redescoberta do mundo. É a partir desta inquirição incessante de novas propostas estéticas que se desenvolve a pesquisa deste pintor peculiar, aqui presentificada nos «Os Pratos da Ásia».
Para despojar a tela dos seus limites físicos, Miguel Rebelo recorre à raspagem, depurando a superfície da tela; cria-se, por conseguinte, uma tensão entre o espaço e as formas dispostas na tela nua. É uma avaliação que requer uma grande capacidade de concentração, completamente absorvida pelo gesto do pintor perante a tela branca. É nesse gesto que nada representa, que se manifesta, prioritariamente, a vontade do pintor em impor a sua obra.
Miguel Rebelo na senda da exploração do espaço pictórico, onde se conserva uma sensação aguda do material como presença original. Esta existência material impõe-se, numa primeira fase, à superfície da tela, onde Miguel Rebelo acumula camadas de tinta e, em seguida, surpreende-nos ao inverter o sentido da investida inicial com incisões na tela. Invoca-se, assim, uma profundidade que contradiz essa extensão interminável que se desdobra no gesto do pintor e que o leva para além da superfície da tela. É esta celebração da cor – fulgurante desintegração – onde assenta a razão de ser desta pintura, à qual subjaz a inquietação deste pintor açoriano. Advinha-se para lá do fascínio pela Ásia, que emerge do simples facto de olhar, o reencontro de dois mundos: o das cores e o dos paladares.
Stela Lourenço, Galeria 111.

sábado, junho 16

Mariana Palma, São Paulo / Brasil - pintora contemporânea

Sem título (2006), óleo sobre tela

Oferenda (2005), óleo sobre painel

Anestesia para transbordar (2003), óleo sobre tela

Anestesia para transbordar (2003), óleo sobre tela

Sem título (2006), óleo sobre tela

Decantação (2003), óleo sobre tela

Sem título (2005), óleo sobre tela
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Mariana Palma nasceu em São Paulo, ingressando no curso de bacharelado em artes plásticas, em 1998, da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, concluindo o mesmo em 2000. A artista já realizou exposições individuais em Florianópolis, no Museu Victor Meirelles, em Recife, no Instituto de Arte Contemporânea, em Curitiba na Fundação Cultural, em Ribeirão Preto no Museu de Arte e em São Paulo, na Galeria Casa Triângulo. Em 2006 participou de sete coletivas, dentre elas Rumos Artes Visuais. Nos anos anteriores, suas obras já puderam ser apreciadas em 21 exposições coletivas. Mariana Palma recebeu algumas premiações: Prêmio Exposição Individual do SESC Ribeirão Preto (2003), Prêmio Aquisição do Museu de Arte Contemporânea de Campinas, Prêmio do Museu de Arte de Ribeirão Preto, da Casa do Olhar em Santo André em 2003,2005 e 2006 respectivamente. Participou de projetos com Albano Alfonso, Sandra Cinto, Eduardo Brandão e cursos ministrados por Nelson Leirner, Iole de Freitas, Carlos Farjardo, Rodrigo Naves, Paulo Pasta entre outros. Mariana Palma é uma artista que dialoga com o mundo das cores em suas aquarelas e pinturas, se entorpece dele, com uma riqueza de detalhes impressionante.

Crítica:
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PAISAGENS DA ALMA INCAPTURÁVEL
Abordarei neste ensaio algumas telas de Mariana Palma, artista plástica de formação, nascida em São Paulo em 1979. Pintadas neste novo milênio, nelas comparecem várias questões para pensar a história da arte como um procedimento realizado em camadas, composto por condensações e desvios. Revestidos de modo estranho, os objetos que povoam um ambiente quase sempre inidentificável são apresentados numa cenografia que é ao mesmo tempo figurativa e abstrata, confirmando-se pelos retratos residuais que se espalham e pelas naturezas- mortas inorgânicas que emergem. Suas paisagens cintilantes parecem ter sido extraídas de um lugar pressentido mas inapreensível, perdido para sempre numa profundeza inalcançável do tempo ou do espaço. Configurações sem função, trata-se de composições que fazem o olhar funcionar do mesmo modo que, diante das penas de um pavão ou das asas de certas borboletas, imaginamos olhos onde existem somente ocelos.
Muito já se disse sobre o fato de que a arte, como a Filosofia, remete sempre às mesmas questões, embora também se saiba que toda obra se constitui como universo ou labirinto portátil que guarda a profusão de incontáveis refrações e inumeráveis inquietações desta espécie de projeção infinita. Próximo deste ponto chega-se ao entendimento de que a obra de arte não conhece história e de que seu alcance tem menos a ver com os encadeamentos cronológicos e mais com a reinstauração de enigmas, potencializados pela conexão entre descontinuidades distintas e um olhar que acolhe na particularidade do detalhe o irredutível que retorna. Assim, se a forma da linguagem é finita, os lances que permitem realizar uma espécie de pensamento-delírio não o são, sendo que é exatamente na criação como operação de esquecimento que se produz uma ilusão continua e incessantemente renovada de que arte é sempre desvio do existente e, como tal, criação de mundo.
Rosângela Miranda Cherem
O texto completo
aqui.

Programa de Exposições
Museu Victor Meirelles

terça-feira, junho 12

Stephen McKenna, Londres / Reino Unido pintor contemporâneo

Plans and Ashes (1991), óleo s/ tela

Dead nude (1982), óleo s/ tela

The Blind Orion, with Eros and Artemis (1981), óleo s/ tela

Scuola Grande di San Rocco (2003), óleo s/ tela

Large Studio at Castiglion (1993), óleo s/ tela

Bedroom Crocknafeola (1997), óleo s/ tela

Advance and Recession (1993), óleo s/ tela

Born in London on 1939.
While McKenna has lived and worked in various countries since the 1960s, he has for the past decade divided his time between Ireland and Italy. A painter impervious to changing art fashions his work nonetheless achieved particular international prominence during the 80s as part of the neo-classical strain of painterly postmodernism. Yet for McKenna classicism is more a question of attitude than of subject matter. Overt pictorial references to classical antiquity gave way during the 1990s to a sophisticated exploration of the enduring value of the time-honoured genres of the still life, the interior, the landscape and the seascape.
He has had major solo exhibitions at the Museum of Modern Art, Oxford in 1983, Stadtische Kunsthalle, Dusseldorf in 1986, the Irish Museum of Modern Art in 1993, Ca di Fra, Milan in 1999 and the Douglas Hyde Gallery Dublin in 2003. A comprehensive retrospective of his work took place at the Hans und Sophie Teuber Arp Foundation, Bonn, Germany in 2000. He participated in Documenta 7 in 1982; 'Classical Spirit' at San Francisco Museum of Modern Art and 'Falls the Shadow' at the Hayward Gallery, London, in 1986; 'Avant Garde of the '80s', Los Angeles County Museum of Modern Art in 1987 and 'Dreams & Traditions', at the Smithsonian Institute, Washington D.C. in 1997. His work is represented in the collections of the Irish Museum of Modern Art, the Tate Gallery, London, the Berlinische Galerie, Berlin and in many other collections, both private and public, world-wide.

quinta-feira, junho 7

Michael Burges, Düsseldorf / Alemanha - pintura abstracta contemporânea

«Visual Poem» 2000, oil on wood

Soft Structures «Patterns» 2000, oil on wood
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Painting, 2003, oil on wood
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«Virtual Impressionism» 1999, oil on wood

«Virtual Scene» 2003, oil on wood

«Waves» 2001, oil on wood
«Virtual Scene» 2003, oil on aluminium


Refractions «Waves» 2003, oil on wood
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Plastic Refraction Painting, 2002, oil on wood

Refractions «Waves» 2005, oil on wood

Refractions «Waves» 2007, oil on aliminium

Refraction Painting, 2002, oil on wood

«Interferences» 2007, oil on aluminium

Refraction Painting, 2003, oil on wood
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Michael Burges was born on 1954, in Düsseldorf, Germany.
After his beginnings with installations and informal structures, Burges developed an abstract form of painting which physically, formally and conceptually hones in on his idea of a painted "virtual space". To do this the artist, born in 1954 in Düssledorf, puts his work in a box in which it cannot really be seen, but only recreated in the mind of the viewer as an imaginary "image".Here a new dimension of painting opens up in which painting is effectively transcended, relinquishing its physical location determined by the viewer's perception. Now the painting wanders over to that place where the image really becomes an image: the viewer's mind. Conceptually, the deciding factor is that the image that is seen can be perceived, but not located. It floats freely in space, and is transformed as the viewer moves. No one can say where it actually is, apart from the effect it has on the viewer's mind.The transformation of the image with the viewer's movement also implies a multi-dimensionality - resulting from reflections and interferences - which is not achievable or even intended in works applying paint to a conventional support. But here the variations relying on the observer's movement are entirely intentional. In this way a complex product emerges which corresponds to the complexity of the observer's emotional reactions, and reflects these aesthetically.
Lausberg Contemporary Gallery, Toronto, Canada
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Die Bilder von Michael Burges haben ihren Ausgangspunkt in einem sehr strukturellen und systematisch-forschenden Umgang mit "klassischen" Abstrakten Bildtechniken und malerischen Methoden, so dass es ihm gelingt, auf ganz unterschiedliche Weise und in unterschiedlichen Bildtypen, wie z.B. den "Interference-paintings", den "Refraction-paintings" oder den "Wave-paintings", die Interaktion von Farbe, Raum und Energie freizusetzen.
Burges faszinieren optisch-physikalische Phänomene wie Strahlungsenergien, Lichtreflexionen, Graviktationskräfte oder auch rythmisch-akustische Strukturen wie Interferenzen und Wellenbewegungen, die den Bildcharakter seiner all-over-artigen, komplexen Malerei bestimmen. Gerade in seiner jüngsten Werkgruppe, den "Virtual-scene-Bildern", bewegt sich Burges durch einen mehrschichtigen Bildaufbau und ein freies Spiel mit Farbmaterial und die Art des Farbauftrages (Rakeltechniken, Verwischungen, das Überlagern und Aufbrechen von Farbfeldern) auf einen Punkt zu, an dem die abstrakten Strukturen und Farbwelten in einer sublimen Verwandlung imaginäre Räumlichkeiten eröffnen. Diese lassen landschaftliche und architektonische Anmutungen zu, wie auch Assoziationen an imaginäre Szenerien und Bilder, die hinter den abstrakten Bildmustern erahnbar werden und doch gleichzeitig wieder auf sie zurückverweisen.
Uta Riese "Museum Morsbroich Leverkusen"
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Text Ausstellungskatalog "New abstrakt painting - abstract painting now", 2003

Michael Burges website